ALZIRA DORNELLES BÁN
( Brasil – Rio Grande do Sul )
Bióloga com Mestrado em Botânica Sistemática.
Foi Diretora do Colégio Estadual D. Henrique e publicou pela Editora Salina “A Nova Escola — Gerência Científica”.
Foi quatro vezes Presidente da ASSAMED.
Fundou em dezembro de 1990 o jornal da entidade e a Biblioteca Comunitária “Gen. Yedo Blauth”.
Realizou a construção da sede da ASSAMED.
Faleceu em 21/09/17 em Porto Alegre /RS.
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BERNY, Rossyr, org. Poetas pela Paz e Justiça Social. Coletânea Literária. Vol. II. Porto Alegre: Alcance, 2010. 208 p. ISBN 978-85-7592-098-5
Ex. biblioteca de Antonio Miranda – doação do amigo (livreiro) Brito – DF. No. 10 249
A canção dos pinheiros
“Partir, c´est mourrir um peu,
c´est mourrir à ce qu´od aime;
On laisse um peu de soi-même
Dans toute heure a dans tout lieu!”
Eduard Harancourt)
Nunca havia parado
embaixo
dos pinheiros
Mas hoje
a vez primeira
o vento
barulhava as folhas hirtas
tagarelando a alma
em devaneio
De quando em quando
caía uma pinha seca
com estalido próprio
como gemidos
de dentro
de cada humano
e não se confundem
As falas todas
têm suas mensagens
Quis continuar andando
os pés estalavam
folhas marrons
já sem vida
O vento
perdido
tinha vagido próprio
que não se confunde
mas comunica
o desespero em redemoinho
da alma do infinito
como soluço da natureza
do gado no campo
ou do humano
em solidão!
A música
dos pinheiros
do vento
da alma
do homem
Todas as falas se confundem
na orquestra
do tempo
é preciso sentir
para ouvir
e entender
Por isso
há quem pense
e assustado
sussurre
que silêncio estranho
embaixo dos pinheiros!
E não ouvem a mesma canção!
II
Eu era o vento
tu o pinheiro
ou ao contrário
Tu o vento
eu o pinheiro
Tão complicada a vida
com seus fenômenos
tão singulares
que se pluralizam
se repetem
mas
quando a batida forte
da morte
acontece
a gente estanca
de supetão
e se pergunta
onde o recado de Deus
Existe?
Existimos pra quê?
III
O vento parou no alto
do céu azul matizado
dos pinheiros verdes/marrons
encerados
Os passos continuam
um pé
outro pé
esquerdo
direito
como a humanidade descentralizada
deste lado
do outro lado
nunca se entende
é a luta
o dinamismo
a vida sempre em disputa!
A paz é a parada
e o entendimento é mudo
nem fala
nem ruído
Será a morte uma chegada
um entender
ou um romper
um misturar
o infinito?
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Foto:https://editoralandmark.com.br/v2.0/2023/07/17/castro-alves-1847-1871/
Castro Alves...o excelente!
Quatorze de março
Século e meio passou
Brasil-natureza Brasil-povo
Brasil-generosidade
No poema
FICOU
Na BAHIA — Estado histórico
Próximo de CACHOEIRA
Num sítio-bucólico
verde e calmo
ANTONIO DE CASTRO ALVAS nascia
Preservando integridade
Dos homens da sociedade
Missão culminante trazia
Dizendo ser importante
A moral, o espiritual
A vigilância
— severa o patriotismo-constante
A LIBERDADE do BRASIL
Sonho realizado num país muito AMADO!
CASTRO ALVES Meteoro
Vinte e quatro anos viveu
Com a pátria no coração cresceu
Com a palavra no cérebro escreveu
Com o sentir do coração
O épico o lírico teceu
Cantando um Brasil livre-altivo
Digno-operosos robusto magnânimo
GLORIOSO!
Vibrando defendeu os negros
Da escravatura a ABOLIÇÃO
Para os políticos a liberdade
Para a pátria a REPÚBLICA pregou e
Seus precursores GLOFIFICOU
CASTRO ALVES
Jovem rápido vendaval-fascinante
Rompeu em sua alvorada as limitações
Da pátria em seu amanhecer
Gritante Vibrante Insistente
E hoje
Século e meio passado ainda por todos
De norte a sul é AMADO!
Ardente
Lançou a semente do AMOR
E de LIBERDADE
EXCELENTE!
Exatos perfumes
A beleza exata
A tristeza exata
E
A solidão exata
tem sedução
e
tem feridas
mas cativa
Sereno afetivo
sem silêncio fala mais
que as palavras
lembra perfumes
que não se veem
sentem-se
até embriagar
EXATOS
PERFUMES
têm vocação para agradar
mas também para errar
AMAR!
Momentos
Hoje
a saudade alarma
minha solidão!
Ontem
o desejo alarmava
minha paixão.
Aqui
no “Morro” a minha cidade
quando o sol queima o infinito
abraça a terra e foge
deixando a escuridão.
Afagam-me as estrelas e...
as lembranças
impressas n´alma
guardadas no meu
pequeno porão.
Querer
É lua cheia
Quero ir
sem trevas
e
sem tropeços:
ao amor!
É lua cheia
quero ir
sem sombras
e sem medos:
à bondade!
É meio-dia de verão
como o sol na vidraça
quero atravessar a vida
se permanece crendo:
na esperança!
Viver
Quando se tem na vida
Um “por quê”, vive-se o
“como”.
(Nietzsche”
Viver é bom
bonito e...
interessante!
Mas... tem-se que ter
objetivo e jeito sempre
em todo instante!
O “porquê” é a finalidade
que
auxilia a...
Solucionar
o “como”
sem tirar o sono
e...
com igualdade nos conduz
a alcançar
qualquer... finalidade
e vencer!
Viver necessita técnica positiva
correta
tranquila
e... fraterna
mantendo-nos amáveis
saudáveis e...
Vencedores!
Caminhos
A cada passo
descubro novos caminhos
porque se renovam
A cada momento
a cada novo amanhecer
sonhos... imaginação
são passos
de um poeta!
Olhando o poente
no tempo
de repente
o amor ausente
que
o coração sente!
Caminhos...
sentimentos!
Política errônea
Filosofia vazia
A miséria
cresce
A esperança
fenece
Os líderes mandam
invadir
Deveriam mandar
progredir
E... aprender
para um dia
vir a “SER”
profissional
competente
E... orgulha-se
De ser “GENTE”
e... não apenas
do ou dos outros
“ASSALTANTES”
*
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Página publicada em fevereiro de 2025;’’
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